A poesia não tem pátria
A poesia não tem pátria
A poesia não tem pátria nem fronteiras
há quem diga que nasceu no fim do mundo
e que percorre os quatro quadrantes
que não è casada mas que tem amantes,
que é voz aqui na terra e dum céu sem fundo
lá longe longe longe mais longe que a maresia
cravo das minhas entranhas
sombra da minha magia.
Ela não têm pátria mas têm corpo de desejo
não procura embuste nem provoca danos
todos que apalpam seus seios lactantes
sugam o néctar das letras livres de enganos.
A poesia tem corpo mas não têm pátria
bilhete de identidade nem passaporte,
é personificada, palpável e tem muitas eras,
tem olhos de loucura e múltiplas primaveras.
E por tem na boca lindas rosas
e por que seu perfume é inconfundivel,
abriram-lhe a cabeça e procuram
o segredo do perfume estampado no rosto
mas não o encontraram.
Agora sabemos quem ela realmente ;
imaginativa, versátil, sem pátria e fronteiras
e que ninguém pode amarrá-la á sepultura
por que sua voz tem asas dedos e boas maneiras
por isso seus amantes andam á sua procura.
José VALGODE
13.07.2015